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SOBRE

Ivy Lemes é uma artista visual, designer, produtora de Moda e stylist paranaense.

 

Nascida em mil novecentos e oitenta e oito, iniciou sua trajetória na arte ainda criança quando, aos oito anos, pintou as primeiras paisagens, naturezas-mortas e abstrações.

 

​Interpretações lúdicas sobre sensações, sobre o cotidiano, sobre o Eu e sobre O Todo são a essência de suas representações visuais. Entre as características estéticas mais marcantes de suas pinturas estão o contorno preto e as figuras humanas minimalistas, desconstruídas e incompletas que se fundem com a paisagem e outros elementos.

Formas simples e um amplo universo de referências, da literatura às texturas, desenham suas mensagens rasas e profundas. Acredita que toda arte é autorretrato.

Aprecia, e é, os opostos, os contrastes, as discordâncias. Utiliza três ou mais adjetivos combinados. Escreve o nome dos números. Vive em Curitiba.​

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T E M P U S   F U G I T

Conheça o projeto artístico "Tempus Fugit" (2024 - ), uma série de artes sobre o tempo e a morte,

P O R   E S C R I T O

Pequenos textos autorais sobre mim.

Ivy Lemes

A R T E ,
F O T O G R A F I A ,
D E S I G N
E   M O D A

 
Do itinerário

Esquadrinhar o que criamos é encontrar composições desenhadas pelo próprio itinerário. Experiências que pareciam superficiais ou breves, até elas, estão ali.

 

Abandonei temporariamente a pesquisa e a busca por novas referências para estudar meu próprio caminho criativo, suas linhas estruturais e cores puras. 

Pensar minhas representações visuais à luz do que vivi é estimulante. Percebo que mesmo em traços abstratos conservo um certo compromisso com a arte clássica dos quadros pintados com tinta a óleo ainda criança. O primeiro contato com a arte profissional, teoria das cores, luzes e sombras, volumes e efeitos realistas, solidificou indispensáveis lições sobre artes visuais que, combinadas à inventividade da infância, estabeleceram escolhas estéticas que permanecem.

Um pouco mais tarde estudei fotografia. Com câmera analógica e número limitado de poses (!), aprendi sobre iluminação, lentes e enquadramento. O último era meu objeto favorito de estudo. Nas fotos de detalhes, um enquadramento diferente é capaz de transformar visualmente o objeto em outra coisa, em coisa alguma ou “alterar" sua posição e relação com o restante da cena. Nos meus desenhos, a alusão a esses recursos fotográficos está posta.

O design e a moda vieram mais tarde, na graduação e na profissão. Apesar da intensidade desse ciclo, por vezes subestimei a influência que a moda, sua história e prática, exerce sobre meu fazer artístico. Ao lado da fotografia, é determinante nos enquadramentos e poses. Também está nas representações femininas geometrizadas e esguias. Há ainda a estamparia, especialmente as listras e as bolinhas, atemporais e pop ao mesmo tempo, além da lógica das coleções, da sobreposição de estilos, entre tantos outros fundamentos.

Toda essa bagagem coexiste na arte que apresento a partir de agora.

Neste retorno, reconheço e reverencio a trajetória e o envolvimento único com as formas de comunicação visual que fazem parte da minha história dentro e fora da academia.

Um rico percurso revisitado, desmembrado, recombinado e traduzido aqui. Genuinamente.

Curitiba, maio de vinte e quatro.

S U P E R D O T A Ç Ã O ,
T D A H ,
E   A R T E

 
Buscando integridade

Confirmar a hipótese de superdotação explica dilemas e escolhas do meu histórico pessoal e artístico. Como se não bastasse uma condição atípica, a descoberta do TDAH colocou mais algumas pastas no meu abarrotado arquivo mental. Para confundir e para explicar. Não necessariamente nesta ordem. 

O diagnóstico de dupla excepcionalidade preencheu lacunas e iluminou características. Concepções flexíveis, em constante mudança e costurando opostos, e reações hipersensíveis são alguns exemplos. O caos criativo, a capacidade de conectar ideias aparentemente desconexas e de produzir conclusões incomuns também fazem parte do funcionamento cognitivo divergente.

Com potencial expressivo, esse emaranhado de pensamentos hiperativos e abertos a receber um milhão de novas ligações nunca se apresentam conclusivos. Alteram-se o tempo todo. Velozes e vivos! Impedindo a materialização, embaraçando a comunicação e atrasando a comercialização das ideias. O TDAH dificulta a atenção dirigida e o perfeccionismo faz da superdotação uma potencial inimiga.

O domínio da percepção visual validado cientificamente evidencia minha predileção pelo simbólico e justifica a decisão de trazer essas primeiras e breves palavras sobre neurodivergências para este espaço dedicado ao meu fazer artístico.

Figuras incompletas, preto e branco e cinza (!), contrastes de cor e escolhas estéticas que pairam indecisas entre o figurativo e o abstrato são efeito e tradução das minhas letras: AH/SD e TDAH. 

O desejo de difundir o subjetivo e a arte, seu entendimento e importância para a construção de si, e a vontade de dizer sobre o ilógico e sobre as inconsistências das doutrinas (qualquer uma delas) ganharam novos contornos.

Um laudo, quem diria, talvez seja o ponto de partida para edificar algo que antes não fazia sentido: um manifesto artístico!? Não só.

Talvez seja, ainda, o propulsor de contribuições para a ampliação de uma consciência direcionada à inclusão, à empatia e ao questionamento das verdades coletivas absolutas.

Arte como (e no) meio.

Talvez. Por isso.

Curitiba, agosto de vinte e quatro.

O U T U B R O   D E
V I N T E   E   Q U A T R O 
 

Aquele sentimento de fim e início

Em outubro de vinte e quatro completo trinta e seis.

Peço (re)encontrar o céu, o mar, a arte. Deslumbrar-me com trivialidades. Vitrais, xícaras, edifícios.

Demolir velhas construções. Construir unindo os pedaços a novos achados. Ler mais.

Ver cor. Nos corpos, no quadro, no prato. Conhecer e criar tonalidades. Capturá-las em fotos de fim de tarde. Guardá-las em memórias.

Acordar.

Curitiba, setembro de vinte e quatro.

B O L I N H A S
E   L I S T R A S

 
Dos elementos

Bolinhas e listras são elementos presentes em boa parte do meu trabalho artístico por serem capazes de representar diferentes "figuras" e inúmeras sensações.

As bolinhas se transformam em flashes luminosos, gotas ou vapor de água. Também já foram sementes e simbolizaram a textura da pele. Além disso aparecem em preenchimentos, uma referência à estética da pop art.

Em oposição às listras podem representar o contraste entre emoção e razão, caos e ordem, natural e construído, e outras contraposições.

As listras traduzem as camadas existentes nos seres, humanos ou não. Marcam ainda o que é exato e estampam detalhes que representam o pensamento objetivo, contrário e complementar ao universo lúdico.

 

Rio de Janeiro, março de vinte e quatro. 

T E C N O L O G I A ,
M O V I M E N T O ,
R E L A Ç Õ E S

 
Breves palavras sobre o Museu do Amanhã

Li que o Museu do Amanhã é um local para exposição de ideias, não de objetos. Embora entenda todos os museus e espaços culturais dessa forma, a definição é uma boa maneira de resumi-lo.

 

Tecnologia, movimento, relações. Três palavras, ou melhor, ideias, que sintetizam minhas reflexões ao experenciar o Museu do Amanhã em março de vinte e quatro.

A tecnologia é presente na construção pós-moderna projetada pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, na estrutura das mostras, nas discussões propostas e em obras como a escultura cinética "Fluxos", do americano Daniel Wurtzel, na exposição “Cosmos”.

O movimento constante, da natureza e do homem, é outro conceito posto em pauta em diferentes momentos. Na exposição principal, “Cosmos”, assistimos os fluxos naturais do ar, dos continentes, dos mares e percebemos a atividade do pensamento e fazer humano. Em “Sentir o mundo”, o movimento invisível dos micro-organismos e pequenos seres é ampliado. Literal e figurativamente.

 

As relações. Em tudo e entre todos. Associando seres vivos entre si e com o meio desde o início dos tempos. Beneficiando-se e sofrendo o impacto da tecnologia no agora. Causa e efeito do movimento.

Mais perguntas que respostas.

Como escolho viver a tecnologia, o movimento, as relações? Como a compreensão de cada um desses conceitos se materializa nos meus dias, na minha arte? Colapso ou “uma imensa rede de afetos”?

 

​Curitiba, julho de vinte e quatro. 

S O B R E   T E L A
 
Liberdade para criar

Poucas decisões foram tão importantes quanto a de libertar minha arte dos suportes e materiais tradicionais.

Não existem palavras para descrever o que sinto ao ter nas mãos os tecidos, os fios e cordões, as bolinhas de resina  e canutilhos. Menos ainda para nomear o que transborda quando combino esses objetos às telas e tintas.

No caos da minha mente e coração, há anos em busca de um caminho, as coisas começam a fazer sentido.

Curitiba, março de vinte e cinco.

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O U T R A S   T R O C A S

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@ivylemesarte

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